Cólicas no lactente
As cólicas do lactente são frequentemente motivo de consultas ao pediatra. Com uma incidência que pode variar de 4 a 28%, costumam causar preocupação aos pais, pois acometem crianças menores de 3 meses, período em que eles ainda estão se adaptando à chegada do bebê na família.
É importante ressaltar que o bebê chora, independentemente de sentir cólicas. A caracterização da cólica do lactente ainda remete à definição de Wessel de choro inconsolável por pelo menos 3 horas, ao menos em 3 dias da semana e que dura os primeiros 3 meses de vida, sem evidências de nenhuma patologia ou distúrbio nutricional associados.
Com relação à alimentação, a cólica do lactente pode ocorrer tanto em crianças que recebem leite materno como única fonte de alimento ou naquelas alimentadas com mamadeiras. Estudo realizado no Brasil mostrou que crianças que não recebem leite materno tem quase o dobro de risco de apresentar cólica do lactente. Na prática, constata-se que a cólica do lactente pode ser o motivo de inúmeras e injustificadas trocas nos tipos de fórmulas lácteas oferecidas ao lactente. Nunca deve ser interrompido o aleitamento natural exclusivo para reduzir cólica do lactente.
Ao atender a uma criança com choro inconsolável, é importante salientar:
- O exame da criança deve ser realizado de forma completa, para descartar outros problemas fisiológicos ou patológicos. Destacam-se o Refluxo Gastresofágico e Alergia à Proteína de Leite de Vaca como possíveis causas de choro inconsolável para diagnóstico diferencial com as cólicas;
- Causas simples de choro, como fome e frio, precisam ser excluídas, bem como questões relativas a padrões de sono, diurese e evacuações, bem-estar geral dos pais e situação social da criança;
- Apoiar os pais, reconhecendo seus esforços no cuidado de seu filho, bem como o sentimento de desamparo que podem sentir vendo seu filho angustiado.